Realização
Minas Trend investe no lema sustentabilidade com responsabilidade na
moda
Objetivos
e metas da ONU para 2030 servem de inspiração para maior engajamento do
segmento têxtil durante a semana de moda mineira
A bandeira do desenvolvimento sustentável
da Organização das Nações Unidas (ONU) – contendo 17 objetivos e 169 metas da
agenda universal – ampliou sua atuação na temporada outono/inverno 2020 do
Minas Trend, que tem como tema “Tecendo Futuros”. “Nessa edição, não estamos
falando apenas sobre moda, mas de temas que propõem discutir ações da
responsabilidade de todos para ser alcançadas futuramente. Essas iniciativas
têm continuidade nas demais edições, por isso o verbo tecer está no gerúndio”,
justifica o diretor criativo do Minas Trend, Rogério Lima.
Ao levar as propostas e objetivos de
desenvolvimento sustentáveis da ONU que visam equilibrar o crescimento nas
áreas econômica, social e ambiental até 2030, a semana de moda mineira
expande sua atuação para dialogar com o público não especializado,
estabelecendo interações que podem, de acordo com Rogério, atrair
patrocinadores e gerar ativações junto ao consumidor final.
Ele enfatiza que, em todas as edições
da semana de moda mineira, existirá um tema alinhado com os segmentos industriais
e a relação desses setores com a moda. “A partir disso, o tema vai propor
apresentar para a sociedade o real papel da FIEMG e a valorização do segmento
produtivo. A moda é um universo bacana para discutir temas polêmicos”,
acrescenta.
A intenção é atrair o olhar do
visitante que percorrer os ambientes da 25ª edição do Minas Trend, uma vez que
painéis denominados “instagramáveis” vão compor visualmente paredes e espaços
de convivência com imagens e mensagens contendo os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS).
Palestras, bate-papo e debates com
profissionais envolvidos com a temática de sustentabilidade e convidados de
peso como Pedro Themotheo, diretor de Design e sócio-fundador da Materiabrasil,
e Gabriela Leite Marcondes Schott, consultora em Gestão socioambiental de
resíduos têxteis e diretora-executiva da Ecomaterioteca, reiteram a temática em
prol do bem-estar do planeta. A Ecomaterioteca terá estande no evento
proporcionando uma interação do público com tecidos biodegradáveis.
Algodão
brasileiro com certificado de sustentabilidade
A temporada do outono/inverno 2020 do
Minas Trend também elege o algodão como fio condutor da cadeia produtiva,
agregando marcas de tecelagem – Cedro Têxtil, Tear Têxtil, Fabril Mascarenhas,
Santanense, Cataguases e São Joanense - e reacende a discussão sobre a
importância da matéria-prima básica dos tecidos em que o Brasil figura como
segundo maior exportador entre os produtores mundiais de cotonicultura.
Considerado no passado o ouro branco
da economia, o algodão brasileiro, segundo Rogério, soterrou o lema
escravocrata e poluidor, e atualmente torna-se exemplo para o mundo com
atestado de boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas fazendas de
algodão. A fala de Rogério é ratificada pelos dados da Associação Brasileira
dos Produtores de Algodão (Abrapa) com 86% da colheita anual sustentável,
conferindo ao país a posição de maior fornecedor global de fibra certificada. A
meta da entidade é atingir a certificação em 95% da colheita anual até 2020.
A sustentabilidade na moda é vista
por Rogério Lima por meio de atitudes e ações responsáveis que conectam todo o
segmento, desde a produção da matéria-prima à confecção, incluindo ainda venda
no atacado/varejo. Para atender às exigências do consumidor engajado e ávido
por informações sobre a origem e como se dá a produção dos itens, é essencial,
de acordo com ele, proporcionar maior transparência nas ações e melhor acesso a
informações, além de fomentar atitudes positivas na cadeia produtiva.
Gestão
mais eficiente e mais próxima do público
A convite do empresário Flavio
Roscoe, atual presidente da Fiemg, para atuar como diretor criativo do Minas
Trend, Rogério participa pela terceira vez como curador do evento e tem
como principal desafio dar um novo direcionamento ao evento, assim como
aproximar o público leigo da semana de moda.
“Começamos a perceber que se gastava
muito para fazer o evento. Precisávamos ser criativos e sustentáveis por meio
de uma gestão e ações mais eficientes. Como o Minas Trend foi concebido como um
evento fechado para o segmento especializado, essa realidade acabava afastando
os patrocinadores, que estão focados em ativação junto ao consumidor final”,
justifica Rogério.
A proposta de abrir as portas do
Minas Trend para o público ainda está engatinhando, segundo ele, que sonha com
momentos de interação mais intensos como desfiles abertos pelos quatro cantos
da cidade, rodas de conversas e criação de conteúdos que aguce o interesse de
outros segmentos além da moda.
“A moda só poderá evoluir quando o
segmento souber o que verdadeiramente instiga o desejo das pessoas e de nichos
variados de mercado, para contextualizar as coleções. A participação do púbico
é fundamental para determinar o comportamento que a moda deve seguir”, sinaliza
Rogério Lima.
Para essa edição, haverá toda a área
do foyer do Expominas aberto ao público, com espaço Gastrô Minas Fashion,
música, dança, palestras, bate-papo e oficinas de tecidos com possibilidade de
poder tocar e conhecer materiais sustentáveis, além da inserção de espaços
intagramáveis, onde o visitante pode interagir com painéis para fotos e passear
pela exposição que vai contar a história dos 185 anos da AngloGold Ashanti.
