Negócios
sustentáveis, remodelados, recriados, ganham lugar especial no mundo fashion
Novos modelos de
negócios que avançam no universo fashion ajudam na percepção de que os artigos
de moda não são descartáveis, mas reutilizáveis, passíveis de recriação, se
sustentabilidade. Essa tendência foi mote da palestra “Mudança de paradigma:
economia, design e moda circular”, a cargo da pesquisadora Tendere e
especialista em ESG Letícia Galatti, na programação deste segundo dia (3/10) da
28ª edição do Minas Trend, no Minascentro, em Belo Horizonte.
Segundo a estudiosa,
a adesão de grandes grifes internacionais ao mercado de segunda mão, por
exemplo, significa que, até 2030, esse mercado deve superar o fast fashion. “A
sustentabilidade não é uma tendência, mas um modelo de negócio. 70% dos
compradores de itens usados gostam do fator sustentabilidade”, assegurou
Galatti.
“Além de novos
modelos de negócios, a transição para uma economia circular exigirá níveis
excepcionais de colaboração em toda a cadeia de valor”, ponderou. No Brasil, as
oportunidades são inúmeras. O país, considera, não depende de mercados externos
nem da implantação de indústrias autônomas. É a maior cadeia têxtil completa do
ocidente. Dispõe de políticas regulatórias abrangentes e da presença de
organizações de controle, como ONGs e movimentos sociais. E, apesar da grande
informalidade, o país tem um número importante de empresas de médios porte
bem-estruturadas.
Galatti destacou que,
logicamente, esses novos modelos de negócios precisam ser viáveis. Não basta
que tenham apelo social. No entanto, disse, os aspectos sociais de uma economia
circular são de extrema importância. “Espera-se a criação de empregos, relações
de trabalho boas e saúde e segurança ocupacional”, assinalou, apontando a
necessidade de que haja treinamento e educação, diversidade e igualdade e busca
de distribuição de renda justa, para que esse modelo alcance seus objetivos.
Investimentos
Plataformas digitais
novas - como a The Seam, do Reino Unido, que conecta quem reforma com
fornecedores -, assinalou ainda, têm recebido milhares de euros em
investimentos sementes. No Brasil também vêm surgindo esses novos modelos de
negócios, apontou a pesquisadora. Um exemplo é a Roupateca, um guarda-roupa
compartilhado, que se responsabiliza pela lavagem das peças, controlando, dessa
forma, o seu desgaste, aumentando a sua durabilidade.
Outro exemplo citado
é o Instituto Alinha, que, como explicou Galatti, sintoniza empresas e
fornecedores alinhados. A entidade oferece, inclusive, apoio para que
interessados em participar se estruturem. “É uma cadeia de blockchain
(mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento
transparente de informações de rede de uma empresa) que garante dados
confiáveis”, observou.
Letícia Galatti
considerou que a indústria brasileira precisa desenvolver seu próprio caminho
para a circularidade. “Mais de 80% de tudo o que a gente compra no Brasil é
produzido com mão de obra nacional. Além disso, mais de 40% das nossas matrizes
energéticas são limpas”, destacou, como algumas das vantagens de que o país já
dispõe.
Serviço
28ª edição do Minas Trend
De 2 a 4 de novembro de 2022
No Minascentro (Avenida Augusto de Lima, 785, Centro, Belo Horizonte)
Assessoria de Imprensa do 28º Minas Trend - Rede Comunicação que
transforma
Luciana d’Anunciação – (31) 99902-3923 – [email protected]