21 de Outubro
Cadeia produtiva do algodão dá o tom na passarela outono/inverno 2020 do Minas Trend
Semana de moda mineira
aposta na diversidade de estilos, na roupa sem gênero e na leveza musical de
Flávio Renegado
A estreia de “Tecendo Futuros”, tema da temporada
outono/inverno 2020 da semana de moda mineira, foi protagonizada, na noite de
hoje, pelo algodão. A fibra esteve presente na passarela, com looks todos criados com peças da
indústria mineira, e também ganhou ilustrações em espaços de convivência e
estandes montados no Pavilhão Expominas, onde o evento segue até o dia 25 de
outubro.
O músico Flávio Renegado abriu a apresentação, marcando o
compasso com solo de “Tempo Bom”, música de sua autoria que mistura passagens
da vida com fenômenos da natureza. Na sequência, o artista assumiu as pickups
em performance de tambores e retornou à passarela ao fim do desfile cantando “Minha
tribo é o mundo”. Os espectadores foram convidados a fazer coro de palmas e ao
som do refrão “minha tribo é o mundo e o mundo minha nação”. “Vivemos um tempo em que a leveza é
necessária”, reitera o arquiteto Paulo Waisberg, que junto da sócia Clarrisa Neves,
assinou a cenografia da sala de desfile.
Algodão é fio
condutor das coleções
Para celebrar a importância do setor têxtil nesta edição, a
25ª, marcas participantes do desfile de abertura confirmaram a vocação de unir
o DNA da grife ao tema da temporada, desenvolvendo peças com colorido que
passeia do branco ao cru, chegando a nuances de dourado e rosa pálido. A coloração
homenageia o algodão, matéria-prima da qual o Brasil lidera a posição de maior
fornecedor global de fibra certificada.
O veterano Paulo Martinez, papa do styling e ícone na
passarela do Minas Trend, selecionou a composição dos 60 looks para o desfile,
que contou com um time de modelos estreantes dirigido por Bill Macintyre.
O
volume oversize, com silhueta mais afastada do corpo predominou nas peças
bastante marcadas na cintura por obis, cinto-faixa herdado da cultura nipônica.
O brilho de fios lurex presente na malha de tricô e também nos tecidos
metalizados emprestou dose de dramaticidade aos looks, enquanto rendas e
bordados rechelieu resgataram a tradição dos trabalhos manuais com ênfase no
estilo romântico.
Destaque para a roupa sem gênero, também conhecida como
unissex, na qual blazers, saias e sobreposições de saias sobre calças deram a
tônica da democracia de estilos. A modelo transgênero Lua Sanja confirmou a
temática de inclusão na passarela, assim como reacendeu a temática da
diversidade na moda.
Projeções idílicas
Na passarela, de 60 metros de comprimento por três de
largura, e sala projetada com arquibancada única contendo 750 lugares, foram
apresentadas produções concebidas por marcas de vestuário, bolsas, calçados e
bijuterias, todas com DNA mineiro.
Imagens de plantações de algodão selecionadas pelo artista
mineiro Rafael Cançado, que ficou conhecido no Brasil e exterior como VJ Homem
Gaiola, foram mescladas aos desenhos idílicos de baleias, borboletas e insetos
dos artistas plásticos Luís Matuto e Patricia Rezende, que compõem a identidade
visual do evento. As projeções foram transmitidas em um telão de 40 metros de
comprimento (contendo oito projetores) e se fundiram à temática do desfile. O
efeito visual, com 20 minutos de duração, e exibido de frente para a passarela,
interagiu com o desfile, ao mesmo tempo em que deixou a apresentação em clima
mais descontraído.
Fotos: Danilo Grimaldi / Agência Fotosite