25 de Setembro
Presidente da Cedro Têxtil conta sobre o panorama que levou a indústria brasileira para o seu momento atual
Marco Antônio Branquinho:
“A indústria precisa perceber as demandas da ponta com rapidez e adaptar seus
processos”
Há
147 anos no mercado, a Cedro presenciou todo o tipo
transformações do setor. Em entrevista ao site do Congresso
Internacional Abit 2019, Marco Antônio Branquinho, presidente da empresa,
conta sobre o panorama que levou a indústria brasileira para o seu momento
atual: em que as distâncias entre a produção e o consumidor estão cada vez
menores. O fim dessas barreiras é tema da conferência que acontece nos dias 22
e 23 de outubro, em Belo Horizonte, simultaneamente ao Minas Trend.
De acordo com Branquinho, o
modelo de indústria grande, pesada, que produzia para estoques e depois
revendia para atacadistas, mudou. A preocupação da Cedro agora não é atender
bem as confecções, mas entender como pode trabalhar para que a confecção tenha um
bom desempenho com o varejo. E para ele, tudo gira em torno da velocidade.
Confira:
Congresso
Internacional Abit: Na sua opinião, o que muda para a Cedro em relação a essa
aproximação da produção com a indústria?
Branquinho: A
primeira coisa que muda é a velocidade. O que era um modelo da indústria
grande, pesada, que produzia para estoques e depois revendia para atacadistas
mudou. A indústria precisa perceber as demandas da ponta com rapidez e adaptar
seus processos. No passado, eles corriam num sentido só: matéria prima,
confecção, indústria e varejo. Mas isso não existe mais. Você tem um vai e vem
de informações o tempo todo, que mudou completamente a forma. E quanto mais
informação, mais precisamos aumentar a velocidade para lidar com a realidade.
C: Em
quanto tempo que você acha que isso aconteceu?
B: Brinco
que a Cedro só não viu dois momentos na história do Brasil: o descobrimento e a
independência. Presenciamos várias mudanças na cadeia têxtil, mas eu acho que
vivemos hoje está muito baseado em dois grandes eventos, que mudaram a
estrutura da competição: a abertura comercial na era Collor e o fim do acordo
de têxteis e vestuários, em 2004. O primeiro trouxe uma dimensão do que viria a
ser o mundo têxtil global. O segundo foi a liberação para que outros países
pudessem trazer para o Brasil produtos e inserir o país num nível de comércio
no qual não estávamos preparados.
A indústria reagiu da forma
clássica, buscando reduzir custos, mais eficiência, produtividade. A partir de
2010 começamos a nos descolar um pouco deste movimento de concorrência direta
com produtos importados, da guerra de preços e migrando para produtos de maior
valor agregado. Nós focamos em nichos e nos distanciando de ofertar uma simples
commodity – um tecido básico, mais simples. É ai que surge a conexão, e essa
necessidade de estar perto do varejo, de atender o segmento diferenciado, com
velocidade.
C: Como
a Cedro consegue agregar essa diferenciação hoje?
B: Quando
estamos nas pontas de moda, pesquisando pelo mundo inteiro, tem uma equipe de
estilo aqui dedicada em antecipar as tendências. Nós transformamos isso num
produto para que no momento que uma tendência se torne uma realidade de
mercado, o meu cliente já esteja com isso disponível. Desta maneira ele vai
poder trazer isso com rapidez para o mercado e acompanhar aquele momento,
agregando a diferenciação de valor. De outro lado, tem as características
tecnológicas desses produtos, que são resultados de parcerias com nossos
principais fornecedores -- que vão desde um stretch diferenciado, uma
resistência em tecido, um tingimento ecológico. Temos uma série de recursos que
inserimos no tecido e levamos para a ponta consumidora. Isso tudo não fazia
parte da indústria há dez anos atrás. Hoje é uma realidade.
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