07 de Agosto
Biodiversidade brasileira como um diferencial no segmento de fibras
Durante um dos primeiros painéis da quarta edição do
Congresso Internacional Abit — que terá como tema “Fim das fronteiras: da
criação ao consumo” e acontece em Belo Horizonte, nos dias 22 e 23 de outubro,
simultâneo ao Minas Trend — o Expominas recebe especialistas para debater “A
transformação através dos materiais”.
O painel da convenção, realizada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil
e de Confecção (Abit), aborda a temática dos fios e fibras capazes de integrar
propriedades e funcionalidades e inovar neste setor. Entre os palestrantes,
Carlos H. Gonzalez, diretor do setor de fibras da América Latina na Wood
Mackenzie; Raul Frangueiro, criador da Plataforma Internacional Fibrenamics,
professor associado e pesquisador na Universidade do Minho, além de Paulo
Coutinho, gerente do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos, no SENAI
Cetiqt.
Para Paulo, a exploração da biodiversidade brasileira para o desenvolvimento de
novas fibras naturais, artificiais e sintéticas é primordial para o crescimento
do país e, se feita de modo correto, pode trazer vantagens e um diferencial
competitivo para as empresas brasileiras no mercado global.
“É importante avaliar essa vantagem proporcionada pela diversidade brasileira,
identificando o que deveria ser mais trabalhado no país — considerando as
reservas, materiais e aplicações que poderiam ser direcionados”, diz Coutinho.
Por isso, a busca por novos materiais — artificiais, sintéticos e naturais —
para melhor aproveitar a nossa diversidade deve ser pauta.
Para ele, as maiores tendências mundiais que englobam o tema são as fibras
sintéticas e as novas funcionalidades que podem vir com o avanço tecnológico
aplicado a elas, partindo de uma visão sustentável.
Segundo Coutinho, o uso das fibras funcionalizadas vai além do setor têxtil:
ele pode beneficiar a agricultura, energia, construção civil e até mesmo a
indústria automobilística.
“Você vai desenvolvendo materiais a
partir de fibras, sejam elas artificiais, naturais ou sintéticas, para dar
características e funcionalidades totalmente novas a diferentes aplicações”,
explica.
Ele conta ainda que entre as fibras funcionais já existem tecnologias de
controle da temperatura corporal, que repelem mosquitos, de maior resistência e
até mesmo as que não pegam fogo. “Temos fibras em gel, utilizadas em estádios e
em alguns edifícios e já se fala no uso para a coleta de energia, seja por
vibração ou solar”.
Do Brasil para o mundo
Sobre a atuação do Brasil no cenário internacional de pesquisa em fibras
naturais, Coutinho pontua que o país é bastante atuante e com potencial de ser
líder em um espaço curto de tempo. Já nas fibras sintéticas e funcionalizadas,
o Brasil ainda precisa evoluir bastante, investindo recursos e buscando cada
vez mais o desenvolvimento sustentável.