OUTONO INVERNO 2020

Tecendo Futuros

23 de Maio

Apesar dos entraves, segmento de bijuterias tem oportunidade de crescimento em Minas

O segmento produtivo no país vem sofrendo com a crise já há quase três anos, mas a expectativa é que, com a evolução das reformas, a economia volte ao caminho do crescimento.  A afirmativa é do presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, que abriu a reunião da Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios, realizada hoje (23), na FIEMG.

“A FIEMG não tem medido esforços para melhorar o ambiente de negócios da indústria mineira, realizando projetos pontuais, estruturais e de capacitação”, afirmou o líder empresarial.  Ele conta que por meio do FIEMG Competitiva, 116 sindicatos estão atendendo às mais diversas demandas das empresas, com projetos que chegam a R$ 11milhões em investimentos.  

Roscoe afirma que essa atuação fortalece não só as empresas participantes do programa, mas também os sindicatos. “Saímos de 30 sindicatos participantes para 116. Isso me deixa muito feliz. Serão esses conjuntos de projetos que irão permitir o aumento da competitividade das empresas e consequentemente o fortalecimento dos sindicatos”, analisa.  

Outro ponto citado pelo presidente do Sistema FIEMG foi o apoio na participação de empresas em feiras setoriais no interior de Minas. “Estamos apoiando seis eventos que antes nunca receberam o apoio da FIEMG, no interior do estado, fomentando o desenvolvimento regional. Esse é o nosso propósito”, finalizou.Para Manoel Bernardes, presidente da Câmara e do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas, Relojoarias, Folheados de Metais Preciosos e Bijuterias no estado de Minas Gerais - SINDIJOIAS, as ações estruturantes estão na pauta do trabalho realizado pelo grupo. “Nosso objetivo é lidar com as questões relevantes do segmento, e é importante que a FIEMG traga uma possibilidade de futuro para as empresas”, avalia. Uma das demandas solicitadas foi a realização de uma pesquisa sobre o Panorama de Inteligência Competitiva para o Setor da Moda, que já foi feita para o vestuário e calçados, sendo a apresentada na reunião de hoje o resultado sobre o segmento de bijuterias.

De acordo com o estudo, um dos principais gargalos do setor, basicamente composto por micro empresas, está na informalidade e na capacitação de mão-de-obra. E, embora 13,5% das empresas de todo o Brasil (num total de 853), estejam em Minas, sendo o estado líder em materiais extrativos que são fonte de matéria-prima para o produto, ainda perde em volume de vendas para São Paulo e Rio Grande do Sul, por exemplo.Apesar dos entraves, o segmento apresenta características que podem se tornar diferenciais competitivos. “Minas Gerais possui quase toda a cadeia da produção de bijuterias e isto é um ponto positivo. Além disso, várias empresas se concentram em algumas regiões do estado, que podem se tornar clusters, com otimização de custos e recursos”, explica Gabriela Franco, gerente de Inteligência da FIEMG e responsável pela pesquisa.

A invasão dos produtos chineses é outro fator que preocupa as empresas, mas a regulamentação da portaria 43 do INMETRO, que trata sobre os de níveis de chumbo e cádmio nas mercadorias podem ajudar na contenção da entrada do material importado.Segundo o texto, toda joia ou bijuteria, para ser fabricada e/ou importada a partir do início de 2019, precisa ter analisada a concentração de chumbo e de cádmio no metal constituinte do produto. O limite máximo estipulado para cada metal, em peso, é de 0,01% para cádmio e 0,03% para chumbo. A de produtos chineses pode chegar a 40%. “Mas a eficiência da fiscalização é de suma importância para que a lei seja cumprida e tenha o impacto positivo do aumento das vendas dos produtos fabricados aqui”, afirma a gerente.

“Vimos diante da apresentação uma grande similaridade dos problemas entre os segmentos do setor”, avalia Bernardes. Para ele, a necessidade de inovação, as questões tributárias e outros entraves são comuns e exigem ações que ajudem na solução dos problemas. “A pesquisa não só identifica o problema, mas também traz propostas de soluções, que devem ser bem analisadas para que conjuntamente através de políticas públicas a FIEMG possa atenuar as dificuldades das empresas e promover o desenvolvimento”, conclui.    

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