PRIMAVERA VERÃO 2020

Minas Trend Primavera Verão 2020

27 de Fevereiro

Inovação e capacitação são os grandes pilares da Indústria 4.0

Na primeira reunião do ano da Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios, realizada no dia 26/02, na FIEMG, os participantes assistiram a uma palestra sobre o “Panorama e as Perspectivas para o Setor Têxtil e de Confecção”, ministrada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - ABIT, Fernando Pimentel. “A ABIT é uma das melhores entidades de classe no Brasil e todo o trabalho realizado ao longo dos anos nos trouxe excelência nas mais diversas áreas”, afirmou o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, presente no encontro.

De acordo com a apresentação de Pimentel, o Brasil é um dos poucos países do mundo com produção em todos os elos da cadeia têxtil, contando ainda com fornecedores de insumos, universidades, centros de pesquisa, entre outros. Só em 2017 o setor faturou R$ 165 bi, ficando em 4º lugar no ranking mundial.

No varejo, as importações de vestuário em 2018 cresceram 22,5%, totalizando 1.024 milhões de peças, quando comparada com o ano anterior. A participação dos importados sobre o consumo interno passou de 13,4% em 2017 para 14,9% em 2018. “É necessário investimentos em tecnologia e inovação, para agregação de valor ao produto, fazendo com que o consumidor perceba este diferencial”, analisa Fernando.  A estimativa de crescimento do varejo no Brasil é 11,5% em 5 anos, (2,7% ao ano), alcançando o número de 7 bilhões de peças vendidas até 2022.A agenda global para a moda elenca 8 prioridades, que vão desde o uso de mix de materiais sustentáveis, passando pela eficiência energética, terminando na indústria 4.0 e na capacitação. “Temos grandes oportunidades, mas também grandes desafios. Por isso, é fundamental que realizemos uma agenda de trabalho e que ela seja colocada em prática para conseguirmos resultados satisfatórios”, finaliza o presidente da ABIT.

“A indústria 4.0 já é uma realidade e temos que estar preparados, principalmente na questão da capacitação, que é um dos principais pilares dessa revolução tecnológica. O SENAI Modatec, por exemplo, está com o Curso Técnico a distância na área de Vestuário, capacitação inédita no Brasil. Então, temos que quebrar paradigmas e nos planejarmos para aproveitarmos todas as oportunidades que estão por vir”, afirma Manoel Bernardes, presidente da Câmara. 

Inovação também para os calçados

A reunião da Câmara contou também com apresentação de um estudo sobre o “Panorama de Inteligência Competitiva para o Setor da Moda”, focado no setor de Calçados, Bolsas e Acessórios de couro. “Os estudos que estamos realizando para os segmentos dentro da moda são de extrema importância, pois eles irão nortear as ações e estratégias do setor, tanto em relação à legislação quanto à proposição de políticas públicas, que vão promover a competitividade das indústrias”, afirma Manuel Bernardes.

O setor de calçados em Minas Gerais é benchmarking para outros estados do país. A cidade de Nova Serrana é um case, sendo a principal cidade no estado em número de emprego e empresas. Sua produção de tênis faz com o que o estado seja líder em empregos neste segmento no país. Apesar deste reconhecimento, o setor não consegue aumentar sua exportação, e um dos motivos está no valor agregado dos produtos. Uma das recomendações do estudo, realizado pela Gerência de Inteligência Competitiva da FIEMG, é trabalhar a capacitação e investir em tecnologia. “É essencial a adoção de inovações de mercado, tecnologias e de modelos de negócios para o crescimento do setor, que tem grandes concorrentes como São Paulo e Rio Grande do Sul”, afirma Gabriela Ferreira Franco, gerente da área e coordenadora do estudo.

Em relação aos novos modelos de negócios, o e-commerce aponta como o canal de vendas cada vez mais consolidado, e a grande novidade é o crescimento do comércio de dados, sendo um importante insumo para que as empresas conheçam melhor quem compra seus produtos. E a grande fonte vem das redes sociais: “O social commerce é feito com base no comportamento do usuário nas redes sociais. Com a utilização de big data e inteligência artificial para combinar os dados, é possível ter um número bastante preciso dos gostos e preferências do consumidor para determinado produto”, explica Gabriela. O Brasil já representa 50% da América Latina nesta prática.

Para Flávio Roscoe, o setor da moda tem grandes oportunidades de crescimento para os próximos anos. “Temos que estar preparado para aproveitar essas oportunidades para que a gente consiga também cumprir o nosso papel social, que é gerar emprego e renda e trazer para o mercado de trabalho quem está fora dele”, conclui.
 

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