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27 de Novembro

Inclusão e diversidade dão o tom do desfile de encerramento do SENAI Brasil Fashion 2018

 “Todo mundo tá na moda”  foi o tema da 5ª edição do SENAI Brasil Fashion, cujo grand finale aconteceu na última quinta-feira (22) com o desfile realizado no Espaço Ação e Cidadania, no Rio de Janeiro. A diversidade e a inclusão dominaram a passarela em minicoleções criadas por 12 duplas de alunos de unidades SENAI de nove estados, entre eles, dois alunos do SENAI Modatec, de Minas Gerais, com a orientação dos renomados estilistas Alexandre Herckcovich, Lenny Niemeyer, Lino Vilaventura e Ronaldo Fraga. As peças, literalmente, “falavam”, dando recados ao público, mostrando que a roupa também é uma forma de comunicação.

Giovanna Ewbank, mestre de cerimônias do evento, apresentou ao público o projeto desenvolvido pelo SENAI CETIQT, principal polo formador de mão de obra para a indústria da moda e têxtil, situado no Rio de Janeiro.

“O tema deste ano lançou para as duplas de alunos o desafio de pensarem na diversidade de públicos que compõem a sociedade e que consomem moda, levando-os a desenvolverem projetos de design de minicoleções de moda baseados em necessidades, desejos, valores e lugares no mundo desses públicos consumidores. Alguns públicos para os quais as minicoleções foram desenvolvidas são mais próximos ou familiares aos seus criadores. Já outros bastante distantes, em termos psicológicos, tanto desses estudantes quanto de quem cria e produz moda no mercado hoje, mais comumente baseados em modelos ideais de beleza, corpo, forma física, entre outros”, destaca Marcelo Ramos, curador, pelo SENAI Cetiqt, do SENAI Brasil Fashion. 


“O Senai Brasil Fashion é um enorme incentivo para todos, mesmo para nós que trabalhamos com moda há muito tempo, porque nos dá a esperança de que haverá continuidade, com a originalidade e a identidade que a moda brasileira precisa”, ressaltou o estilista e coach da dupla mineira, Lino Villaventura.

O estilista Otávio Augusto e o modelista Douglas Carlos, alunos do SENAI Modatec ousaram ao levar para a passarela modelos amputados, que usam próteses nas pernas. Com a coleção Os Fortes Vivem, eles desenvolveram peças inspiradas em um cenário apocalíptico do pós-guerra. “As pessoas que sobreviveram a uma tragédia trazem marcas e devem exibi-las como troféus”, explicou o modelista.


Em cada coleção, uma proposta de reflexão para uma moda mais inclusiva.

De Pernambuco, Theo Pereira e Janaína Albuquerque apresentaram a coleção A Cor do Toque, criada para deficientes visuais. As também pernambucanas Cintia Grazz e Fabíola Araujo criaram peças para mulheres mastectomizadas, chamadas Corpos Tatuados. Do Rio de Janeiro, Isabela Santiago e Maria Levy apresentaram a coleção Após-Calypso, que fez um manifesto em favor da cultura brasileira. A outra dupla carioca, João Pedro e Alice Py, levaram para a passarela a coleção Tira o olho, curiosa, inspirada no empoderamento gay. A dupla Stevan Krieg e Gabriela Louise, de São Paulo, trouxe a coleção VIDAtiva, acabando com o estereótipo de que pessoas mais velhas são limitadas. Do Piauí Eka Alves, e Lucas Mesquita, desenvolveram a coleção Corpos em Fluxo, inspirada no empoderamento do público LGBT.  Já a dupla Gabriela Henkels e Milena Gardin, de Santa Catarina, apresentou a coleção Narrativas da pele, com peças cheias de recortes e texturas, em tons de roxo, vermelho e bege, remetendo à cicatrização da pele. De São Paulo, Maurício Caetano e Tamires Souza apresentaram a minicoleção Nenhuma a menos, representando o feminismo. Mayara Mamede e Thiago Gritten, de Curitiba, apresentaram a coleção A semelhança entre nossas diferenças, com peças agênero. A dupla potiguar Anna Elissa Dantas e Iure Dantas, desenvolveu a coleção Brilhante, voltada para cegos e inspirada na figura do cangaceiro Jesuíno Brilhante. Do Maranhão vieram Marielle Matterazzi e Josene Viegas, que apresentaram a coleção Um grito para a moda, com peças feitas a partir da desconstrução de chapéus de fibra de buriti.

“Esta edição é um divisor de águas pelo próprio tema, que é muito pertinente com o momento que vivemos no mundo. A partir disso, conseguimos construir uma ação estruturante de mudança de pensamento sobre o que é diversidade e inclusão a partir da moda”, pontuou Jackson Araujo, consultor criativo do SENAI Brasil Fashion.  

Fotos: Agência Fotosite      

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