05 de Setembro
Alunos do SENAI Modatec serão orientados por grandes nomes da moda brasileira
Dupla de estudantes irá participar do Brasil Fashion, iniciativa que fomenta a educação para o segmento
Para quem estuda e quer seguir a carreira de moda, ter orientadores como Ronaldo Fraga, Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura e Lenny Niemeyer pode parecer um sonho distante. Mas para Douglas Carlos da Silva e Otávio Augusto Ferreira, alunos do SENAI Modatec, este desejo se tornou realidade.
A partir do dia 10 de setembro, eles estarão participando do Brasil Fashion, iniciativa do SENAI Cetiqt que tem como principal objetivo fomentar a educação de moda por meio de um programa de coaching, em que alunos do SENAI de todo o Brasil podem se beneficiar da experiência de estilistas renomados e demais profissionais da área, tendo uma visão de 360 graus da profissão. Douglas e Otávio competiram com outros 34 alunos e estão entre os doze finalistas do programa. “Hoje não existe oportunidade melhor para um estudante de moda no país”, fala Otávio, estilista. “É uma chance única e de extrema importância”, completa Douglas, modelista.
O trabalho é feito em dupla e durante todo o programa os participantes terão que mostrar as habilidades e competências relacionadas à função que atuam. No processo seletivo, tiveram que apresentar uma proposta de coleção relacionada ao tema do projeto deste ano: “Todo Mundo Está na Moda”. Os competidores mineiros optaram por trabalhar com uniformes, que, segundo eles, é uma tendência internacional. “O uniforme serve para igualar. E com esse tema, queríamos mostrar que somos iguais, independente de personalidades e escolhas”, analisa Douglas. “Eu tenho uma enorme carga de referências de cenários industriais, pois trabalhei um bom tempo na mineração. Assim resolvi juntar essas inspirações para dar um tema ao trabalho”, explica Otávio.
Todo mundo está na moda e a moda está em todo lugar
O que tem a ver um ambiente de mineração com a moda? A princípio nada, mas tudo pode servir de inspiração. Antes de entrar para o ramo, Otávio trabalhou na Vale, com EPI - Equipamentos de Segurança Individual, que para ele, nunca foram apenas itens de segurança. "Já olhava para aqueles equipamentos como uma forma de comunicar, uma informação de moda", relembra. Um dia estava organizando uma planilha de pagamento, mas parou o que estava fazendo para acompanhar o desfile da Osklen. Neste momento percebeu que a paixão pelas roupas ocupava um espaço maior nas suas aspirações profissionais. “A questão não foi uma falta de comprometimento, mas compreendi que a moda é o que me preenche”, conta o estilista. Uma semana depois, juntamente com um amigo, estava abrindo uma loja de roupas masculinas em Ibirité, que funcionou por três anos. “Devo muito ao cenário da mineração, pois foi lá que tive minhas primeiras inspirações sobre o visual árido e industrial e também dos uniformes. Vejo esse tema muito presente na moda hoje, grandes estilistas têm seus trabalhos baseados nesse cenário e exploram muito bem essa estética”, diz o estilista.
Nesse meio tempo, Otávio fez no SENAI MG o Curso Técnico em Vestuário, que, segundo ele, foi determinante na sua carreira. “Se não fosse o SENAI, eu não teria tido a oportunidade de largar minha antiga função para estudar moda. E foi lá que eu decidi que não faria mais nada na vida que não estivesse ligado a essa profissão”. Douglas compartilha do mesmo sentimento: “Foi no SENAI que tive a certeza do que eu queria trabalhar: com roupa. Me deu total segurança como profissional e como pessoa. Ter foco na parte técnica faz todo o diferencial, hoje em dia um profissional de moda tem que entender de todo o processo, e o SENAI dá toda essa base”, afirma.
O primeiro encontro com os orientadores acontece entre os dias 10 e 13 de setembro no Rio de Janeiro. A expectativa é grande, até por que a dupla ainda não sabe qual estilista irá orientá-los. “Estou muito ansioso. Penso bastante na experiência e aprendizado que terei. É realmente uma oportunidade que tenho que aproveitar”, conta Douglas. “Queremos aprender muito com os profissionais envolvidos no projeto e também tentar transportar o máximo dos nossos desenhos para roupas reais”, fala Otávio.
No programa, os competidores irão aprender sobre todo o processo de uma coleção, que envolve criação, desenvolvimento e apresentação. O trabalho final será uma minicoleção contendo três looks, que será apresentando em um grande desfile de moda profissional, com a presença de público especializado, em novembro, na capital carioca.
