PRI/VER 2016

Viva Ciclicamente

10 de Abril

RUPTURAS – SUSANA BARBOSA APRESENTA DOCUMENTÁRIO SOBRE CICLOS FEMININOS NO MINAS TREND

A editora da Elle Brasil, Susana Barbosa, marcou presença nesta edição do Minas Trend para conferir as novidades do Verão 2016 e apresentar ao público do evento um filme muito especial. Produzido pela Editora Abril, a partir de pesquisa encomendada pela Revista Cláudia, o documentário de média metragem “Rupturas” aborda as mudanças no comportamento feminino na atualidade.

O vídeo mostra como tem se alterado a visão de mundo e as perspectivas da mulher na sociedade ao longo dos ciclos femininos – compreendendo as etapas da adolescência até os 60 anos – desde o advento da geração baby boomer. “Trata-se de um retrato sensível da mulher atual, que ilustra como as mudanças influenciaram e continuar a revolucionar o comportamento das novas gerações”, afirma Susana Barbosa.

Com uma abordagem delicada, pautada pelos ciclos da vida e transformações comportamentais, o filme não poderia se adequar melhor ao tema do 16º Minas Trend, “Viva Ciclicamente”, afinal, a moda sempre buscou traduzir, ou refletir, as transformações de comportamento.

Confira um resumo dos temas debatidos durante o filme:

RUPTURAS

1 Adolescência – o fluxo menstrual, tido como rito de passagem feminino para a vida adulta, é hoje encurtado junto com a infância. A geração que se expõe e comunica através de selfies, atualmente busca subverter a ordem, chegando em muitos casos a interromper a menstruação, visando o conforto e a liberdade de assumir novos comportamentos e explorar outras possibilidades. O comportamento massificado permite relativização de alguns valores, porém isto é feito de forma cada vez mais consciente quando, por exemplo, uma mulher se submete ao baile funk, onde letras de música as tratam como objeto sexual, a fim de “curtir a vibe”.

2 Sexo – Com a perspectiva do casamento adiada, as mulheres se tornam mais exigentes em relação ao sexo, praticado livremente, cada vez mais cedo e por mais tempo, almejando a plenitude. Essa busca pelo prazer está relacionada com o sentimento de poder e liberdade de escolhas. Com os tabus superados, elas buscam assumir seu prazer e conciliá-lo com relações mais satisfatórias.

3 Trabalho – As garotas Y representam uma curva na trajetória das gerações femininas. Atualmente as mulheres são maioria no mercado de trabalho quando se considera a faixa de idade entre os 20 e 30 anos de idade. Aprendendo tanto com as mães quanto as avós, elas não pretendem abrir mão de nada, mas almejam cada coisa a seu tempo, buscando conciliar vida profissional e pessoal. Qualidade de vida é a palavra de ordem.

4 Casamento – Impregnadas de certo hedonismo, as novas gerações enxergam o casamento como um projeto pessoal. Emancipadas financeiramente, as mulheres já não buscam a figura de um homem “provedor”, mas um parceiro para a jornada da vida, numa empreitada cada vez mais autoral. Quebra de tabus, como o casamento gay e outras alternativas não excluem da “família feliz”. Amor, prazer e felicidade se somam à ideia de envelhecer ao lado de alguém. Ter filhos é opcional nestes novos conceitos de família, uma questão de planejamento.

5 Maternidade – Se tornar mãe é cada vez mais um projeto adiado a fim de ganhar mais tempo para usufruir da liberdade. Por outro lado, a maternidade ganhou contorno de culto, um momento especial, sagrado para muitas mulheres. A preocupação surge em relação à perspectiva de tempo, que por um lado se perde (dedicação integral) e a experiência que por outro se ganha. Para elas, a maternidade resignifica e aprofunda o olhar pessoal sobre o mundo.

6 Divórcio – A perspectiva de uma vida mais longa e a aceitação do divórcio acenam com a possibilidade de novas vidas. Pensar em um parceiro ideal para cada etapa da vida se tornou concebível. Além disso, o fator emancipação financeira garante a liberdade de escolhas de acordo com o momento. De forma positiva, o processo é visto como uma chance de renovação, de virar a página e começar a escrever uma nova história.

7 Os 40 anos – A juventude foi esticada. Considerados a nova metade da vida, os 40 anos também representam o momento símbolo da vida adulta: a chegada à maturidade. Nessa nova fase o “espelho de aumento” feminino revela insatisfações com o aspecto da pele, cabelos e outras características físicas. Uma revolução do mercado de rejuvenescimento contribui para aliviar as pressões internas, ao mesmo tempo que a possibilidade de intervenções cirúrgicas reduz o peso da cobrança “social”. Um vislumbre do “espelho real” revela maior valorização da beleza e do poder, que aumentam, junto com a sensação de medo do futuro que o surgimento das rugas representa.

8 Menopausa – Maior tabu entre ciclos femininos, esta fase de alterações físicas relacionadas à queda da produção hormonal é ainda vista como um processo doloroso que as mulheres procuram não admitir. Sua duração prolongada – de 5 a 10 anos – tem grande impacto no comportamento. As mudanças radicais podem ter efeitos devastadores, mas também ocasionam reviravoltas, o tempo para uma “faxina existencial” e o início de uma fase mais atenta a si mesma.

9 Os 60 anos – O início da velhice implica a derradeira ruptura com a ditaduta da imagem e a valorização da verdadeira joia contemporânea: o tempo. O momento atual é visto como a melhor época para se envelhecer: a modernidade traz novos e surpreendentes recursos contra a solidão. Para as baby boomers, protagonistas de uma revolução libertária, trata-se do período de se voltar para a família, de se reapaixonar, viver um amor maduro no qual se compartilhe os gostos, a companhia, amigos, as felicidades e inquietudes. Esta revolução é a reinvenção do futuro.

Por Bira Veneziane

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