Sapatos feitos com descartes de persiana, bolsas
confeccionadas a partir de tecidos de decoração e couro sintético, roupas que
valem para todas as temporadas e vestem homens e mulheres revelam tendências do
mercado: sustentabilidade e moda sem gênero. Feitos pela designer Luiza Jordá com
descartes de persianas de luxo e couro sintético, os sapatos da NHNH, grife com
cinco meses de existência e presente pela primeira vez no Minas Trend são fruto
de uma decisão da estilista de abandonar o uso da pele natural.
“Trabalhei para grandes marcas utilizando peles
exóticas e em algum momento decidi trocar de time”, conta Luiza, que já foi da
equipe de grifes como Alexandre Birman e Emilio Pucci. “Depois de um período
sabático de dois anos trabalhando com designers de interiores, tive contato com
pessoas que colocaram à minha disposição esses materiais alternativos. Foi a
deixa que precisava. Além disso, minha família é vegana e essa essência sempre
esteve em mim”, diz.
A vizinha de stand Carol Maqui, à frente d’O Jambu,
marca de bolsas feitas com couro sintético, madeira e tecidos de decoração,
lembra que a grife não vende matéria-prima. “Vendemos design e é o produto
final o que mais importa”. O Jambu, iguaria do norte, carrega o nome por conta
da sociedade de Carol, de Montes Claros (norte de Minas Gerais) com Swami
Cabral, do Pará. A grife reforça ainda o conceito de moda sem gênero. “Nossas
peças são feitas para quem – homem ou mulher – quiser usar”.
Roupa feita para durar
Célio Dias, nome por trás da LED, marca com três
anos de existência, cria roupas que independem da temporada e de gênero. “Não
gosto de dizer roupa sem gênero. Acredito que a roupa seja livre para quem
quiser usar, independente de ser homem ou mulher”, diz Célio. Além disso, as
peças criadas pelo estilista são atemporais, feitas em cores neutras e
independentes das tendências. “A LED tem uma pegada social e não temos a
intenção de tirar isso dela. Claro que queremos criar desejo. Não preciso me
reinventar o tempo todo. Talvez possa reinventar a forma de usar e o cliente
precisa entender isso: que a roupa carrega história”, acredita, completando: “sempre
me apeguei a consumir coisas de qualidade, que possam me servir por muito
tempo. Quando produzimos entendemos o valor de uma peça e queremos que ela sobreviva
sim por várias temporadas”, diz.