PRIMAVERA - VERÃO 2017

Essência

06 de Abril

Sonia Pinto – Luxo minimalista marca a estreia da estilista no Minas Trend

Convidada especial, a mineira Sonia Pinto participa pela primeira vez do Minas Trend. Reflexo de uma sensibilidade que une moda e arte, sua estética emociona pela beleza atemporal. As modelagens têm recortes irregulares e detalhes que lembram origami. Com sutileza, mistura texturas e privilegia o conforto em formas inusitadas. O acabamento primoroso até do lado avesso marca seu estilo levemente andrógino inspirado na filosofia oriental. “Amo as linhas indefinidas que trazem sempre um desafio para quem cria e para quem usa a roupa. Minha preocupação maior é o conforto, porque a pessoa não pode perder a expressão. O que impera é o balanço do corpo, não a forma”. 
A audácia de seguir seu próprio caminho, sempre na contramão do consumo padronizado, torna sua moda referência para pessoas que valorizam uma roupa não descartável, com charme intelectual, despertando paixão em quem se identifica com o conceito.
Tanto no desfile quanto no show room ela mostra seu Inverno 2016, e a coleção entra no Espaço Sonia Pinto de Belo Horizonte em 9 de abril, e no Espaço Sonia Pinto de São Paulo, 16. “Não antecipo o verão porque não acredito nessa forma de trabalho, e esta é minha diretriz há muito tempo”, afirma a estilista, que lança de cinco a seis pequenas coleções por ano. “Gosto de me renovar e, de acordo com cada momento, sinto o que pode despertar maior atração nas consumidoras”.
Para o desfile, Sonia recriou peças que considera especiais em sua carreira.  Seu processo de criação começa com os tecidos. Antes de desenhar, ela precisa sentir o toque do pano, porque desperta os sentidos. Depois, inventa os modelos. A habilidade em juntar diferentes texturas é surpreendente. A modelagem, imprescindível. “Hoje, essas profissionais tão valiosas estão cada vez mais raras. Dou ênfase também ao trabalho manual precioso, feito por artesãs que são verdadeiras artistas”.
A estilista faz uso de tule bordado com retalhos de seda, crepe, malhas transparentes, veludo de seda pura, patchwork de tons escuros com diferentes texturas, macramês, crepes japoneses, lã e sobreposições com formas amplas. Muitas peças são rentes ao corpo, e o impacto visual é sofisticado, moderno. Uma surpresa é a linha masculina. “Olhei para o homem contemporâneo, de bom gosto, irreverente e fiz um básico refinado”.
Desde os 90 assumiu a marca que leva seu nome, mas há quatro décadas mantém a rebeldia que a caracteriza desde a primeira coleção. “Tive que me reinventar”. Ela oxigenou a moda com ousadia de samurai em uma época em que o padrão fashion era completamente europeu. Sua filosofia de vida está presente em cada peça que faz, um luxo despojado. “A alma não tem sexo. Sou uma pessoa bem liberal, faço roupa para um público bem diverso. Esta é minha essência”.

Fotos: Agência Fotosite

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