25 de Agosto
Por uma moda cada vez mais democrática
Marcas mineiras têm produzindo peças que podem ser usadas
tanto por homens quanto por mulheres, apostando na liberdade do cliente
Cada vez mais, as marcas mineiras têm trabalhado em uma moda
mais confortável, sem identidade de gênero, produzindo peças que podem ser
usadas tanto por homens quanto por mulheres, apostando na liberdade do cliente.
A LED, de Célio Dias, acreditou nessa tendência, que veio
para ficar. A marca nasceu voltada para o público feminino e, em 2015, passou
pela transição até se encontrar nessa proposta sem rótulos. “Procuramos
trazer uma identidade sem gênero para a moda e abraçar a diversidade.
O
objetivo é usar a moda como mecanismo de transformação”, pontua.
No caso da LED, o ponto de partida para a criação das peças
é o conforto e as modelagens mais soltas que caem bem em vários tipos de
corpos. Não há restrição na paleta de cores, que vai desde os tons pasteis até
os metalizados. “A moda reflete o espírito de uma época. A gente vive um
momento de empoderamento, o corpo é usado como resistência e cada um pode
escolher a sua identidade de gênero”, diz. Para marcar essa posição, a LED
apresenta modelos transgêneros em sua campanha.
Moda para todos os tamanhos
Para Silvia Neves, modelo plus size há 12 anos, a moda é
movimento, é arte, e também revolução. Por isso, não há como aprisioná-la em um
único padrão. “Claro que isso demanda quebra de paradigmas, cultura e contexto
histórico. Antes, a moda ditava regras específicas, padrões de beleza e de
corpos. Hoje, já podemos ver uma grande diversidade, que não víamos tão
abertamente como há 10 anos”, pontua.
“Se é direito de todos estarem inseridos na sociedade, por
que não em um setor que influencia vários comportamentos como a moda?”,
questiona Neves. Ela explica que o público quer se ver na moda. “Não há mais
espaço para exceções. Ver diversidade na moda é ter o sentimento de
pertencimento que há muito foi negado para muitos, inclusive eu, como modelo
plus size”, afirma.
“A revolução já começou e não tem mais volta. Cada vez mais,
o público consumidor é crítico e exige representatividade em tudo, mais
realidade do que apenas inspiração, exigem respeito e quem não se adaptar a
isso estará fadado ao esquecimento, ou nos termos atuais, ao cancelamento”,
ressalta.
A indústria da moda tá em Minas Gerais e tá para todo mundo.