Toda edição do Minas Trend revela, em todos os setores, diversos
talentos que acabam de despontar no mercado, designers que fogem do lugar comum.
No verão 2019 não é diferente.
Justamente do estande de novos talentos vêm dois nomes para
se ficar de olho.
Com estilos bem diferentes entre si, e igualmente
contemporâneos, Carlos Penna e Juli Buli mostram a que vieram com peças
geométricas e marcantes, feitas para gente sofisticada que gostam também das outras
artes.
Filha de Luthier, a artista plástica Juli tem a madeira como
matéria-prima e trabalha com ela desde criança no atelier do pai. Pintora, Juli
tem um olhar artístico para a moda e não pretende mudar, lidando com suas peças
como obras de arte, ela produz com foco na consumidora que as enxerga da mesma
forma. “As peças que faço têm um cuidado especial, são artesanais, feitas uma a
uma de maneira exclusiva. E só quem vê valor nisso vai querer comprá-las. Mais
do que moda, são objetos afetivos”, acredita, incorporando um tom de resistência
que alguns novos designers têm, na contracorrente do consumismo desenfreado. Além
das joias, Juli produz bolsas em couro em madeira, fruto de uma parceria com a
marca Joana Paixão.
No mesmo estande (dos novos talentos) está Carlos Penna, que
participa de sua quarta edição do Minas Trend. Penna diz sentir, de quando
começou para agora, seu amadurecimento como designer e como comerciante. “Sei
muito melhor quem é minha consumidora e como conduzir meu negócio”, afirma ele,
que tem formação em arquitetura e faz uma joia minimalista e bem geométrica,
que agrada uma mulher mais madura, segura de si. “Meu objetivo hoje é estar em
pontos de venda por todo o Brasil, não tenho grandes vontades”, diz.
Talentos de fora
A goiana Anna Prata é mais ambiciosa. Filha de marceneiro, autodidata
e modelo de suas próprias criações, a estreante expõe no Minas Trend um design
maximalista e arrojado. Suas peças, artesanais e feitas à mão, são grandes e
não passam despercebidas. “Minha consumidora vai dos 20 aos 60 anos e não tem
medo de chamar a atenção. Em geral, é uma mulher segura de si”, conta Anna, que
fala dos desafios de ser marinheira de primeira viagem. “A experiência no Minas
Trend é maravilhosa e muito enriquecedora. Estar aqui, entre os melhores do
país, é um sonho sendo realizado, me sinto crescendo. Mas, é claro, as pessoas
estão me conhecendo agora”, conta ela, que afirma querer vender para o mundo
todo. “Temos pontos de venda nos EUA, Inglaterra e Nigéria. Ainda quero que a
Michelle Obama use minhas peças”, diz.
Em sua segunda edição no Minas Trend, Mariah Rovery, marca
paulistana com cinco anos de existência, que têm como carro-chefe as
flexijewels, joias flexíveis feitas em borracha colorida e resistente à água. É
um conceito novo no mercado e, por isso, tem que competir com as joias
tradicionais. “Trazemos para o mercado como se fosse uma roupa inédita, nunca
antes vista”, afirma a representante comercial da marca Janaina Lobo. “Nossa
consumidora não é aquela que costuma comprar a bijoux de sempre”, arremata.