07 de Abril
Fórum de Inspirações – Confira os conceitos do Inverno 2017 apresentados no Minas Trend
Um dos mais importantes eventos da indústria da
moda nacional, a cada edição o Minas Trend recebe a palestra do Fórum de
Inspirações, projeto do Núcleo de Design da Assintecal coordenado pelo
estilista Walter Rodrigues, que antecipa as referências para o setor de
materiais e componentes da estação seguinte.
Nesta quinta-feira (07.04), profissionais e
estudantes do setor de moda lotaram o auditório do Expominas, em Belo Horizonte
para conferir a prévia apresentada pelo consultor Marnei Carminatti, e conhecer
os conceitos do Inverno 2017. Confira:
O
ponto de partida para a estação é a palavra Ubuntu, que significa “eu sou
porque nós somos”, portanto, se refere à ideia de coletividade.
“A indústria de
materiais é a primeira parte de um processo de produção de moda. Na fabricação
de componentes, as ideias para formas e materiais ganham vida e proporcionam a
milhares de designers no mundo todo a possibilidade de dar sentido a seus
projetos.
É uma indústria
silenciosa, pois, após as ideias estarem prontas para o mercado, seus produtos
estão sob o poder de uma marca que será desejada pelo consumidor final, sem que
este perceba o trabalho excepcional feito para que ele possa desfrutar um
calçado esportivo, vestir uma peça de roupa ou mesmo carregar seus objetos em uma
mochila.
Por ser o primeiro
elo de uma enorme corrente, tradicionalmente, a indústria de materiais não
comunica o destino de suas criações. Fica tranquilamente à espera de que a
marca que comprou os componentes faça sucesso. E que, em seguida, muitas outras
marcas queiram copiar a ideia e venham em busca do material perfeito. Este é o
caminho trilhado há anos – e tem que mudar.
Temos investido em
design há uma década. Estabelecemos um diálogo com as empresas para que elas
entendam a ideia de um projeto com início, meio e fim; para que compreendam que
a inovação é uma tarefa essencial a cada nova coleção, e que essa inovação não
é apenas uma vitrine, e sim a prova da evolução do pensamento, da tecnologia e
do conhecimento de mercado da empresa. Em seguida, buscamos, nesta publicação,
o caminho para conectá-los com o mercado de moda, visando à aceitação e ao
sucesso nas vendas, até a etapa da massificação dos produtos.
Em pleno século 21,
pessoas e empresas ainda estão alienadas, sem perceber que a força do coletivo,
com a união de intenções e propósitos, pode gerar prosperidade a todos. Em cada
produto de moda, encontram-se dezenas de componentes de várias
procedências. Curiosamente, as companhias se reúnem para criar o encantamento,
mas não para contabilizar o sucesso. Ele simplesmente é deixado de lado.
O mercado de
calçados e acessórios – e mesmo o de vestuário, mobiliário e joalheria –
precisa, a cada trimestre, de novos componentes para criar produtos que irão
alimentar as lojas e encantar milhões de consumidores. Cabe às empresas
participar dessa jornada, saber onde está o componente de moda que foi inserido
nos produtos desenvolvidos, para quem ele foi criado e onde está sendo vendido.
Se tomarmos consciência da força do que fazemos, saberemos valorizar não apenas
nosso trabalho, mas o de toda a cadeia produtiva, gerando uma energia incrível
que será revertida em lucro.
Uma empresa não
termina nos seus muros, ela continua no pensamento e na vida dos operários que
a movimentam. Uma associação precisa de empresas que
trabalhem em conjunto, pois a competitividade não é mais local, e sim global. E
as empresas precisam ser fortes e competitivas, pois só assim serão referência no setor. Quando falamos que
estamos na “era do compartilhar”, temos que avaliar nosso trabalho como setor, para
a ampliação de oportunidades e riqueza a todos. Moda não é apenas forjar uma
forma e apostar em uma cor. Moda é o reflexo do tempo em que vivemos, parte do
cotidiano de milhões de pessoas que precisam dela para se identificar, se impor
e, mais ainda, para se sentir felizes. Trabalhar com moda não é para amadores.
No Inverno 2017,
apontamos a força do coletivo, indicamos uma inspiração forte para sentimentos
que estão à flor da pele, independentemente de qual seja sua cor. Elegemos
tonalidades vibrantes para encantar e dar vida aos produtos e festejamos a
ideia da moda como um aglutinador de forças para uma indústria mais forte, mais
atuante – capaz de entender sua posição na estrutura da cadeia produtiva da
moda e de se orgulhar disso.”
Fotos: Divulgação / Sebastião Jacinto Junior